terça-feira, 3 de março de 2009

Halloween Remake


O novo filme é uma mescla de prelúdio e refilmagem do terror original de 1978, mostrando recontar a origem do mascarado, quando ele é preso em um hospital psiquiátrico ainda criança. 17 anos depois, acaba solto por engano - e decide ir atrás da sua antiga babá, Laurie Strode (Scout Taylor-Compton, no papel que foi de Jamie Lee Curtis na série original). O maníaco adulto é agora vivido por Tyler Mane (o Dentes de Sabre do primeiro "X-Men"). No elenco também está Malcolm McDowell (o eterno Alexander DeLarge de "Laranja Mecânica"), na pele do psiquiatra que cuida Myers quando jovem, além de uma série de nomes decorrentes de filmes trash como Danny Trejo ("A Balada do Pistoleiro") e Brad Dourif (a voz do boneco Chucky de "Brinquedo Assassino"). Aproveito o término da sinopse pra deixar bem claro que nada tenho contra o rockeiro/cineasta Rob Zombie. Na verdade nunca escutei nada dele, da banda, que seja. Mas como ninguém frequenta meu blog mesmo, e duvido muito que por aqui tenha alguém que aprecie a sua música, eu posso criticar essa merda. A palavra "remake" causa dor de cabeça em qualquer cinéfilo, não importa o gênero. Ainda mais quando é um clássico, tipo aquele que ficará sempre na lista de "recomendados" pela locadora, ou elogiado pelos mais diversos sites críticos. O problema é quando o diretor inventa de dá uma nova visão ao filme. Foi o caso de Rob Zombie. Filmar umas idéias doentias, cheia clichês, baboseiras, elenco amador, uma trilha sonora fraca, pegar isso tudo, transformar em um clipe musical de algumas horas, ao invés de transformá-lo em filme, é uma coisa. Agora você pegar um clássico que revolucionou o gênero suspense/terror, e destruí-lo em minutos, é outra. Não tenho a menor dúvida que Rob Zombie tinha boas intenções, Aliás, qual cineasta não tem? Tenho toda certeza que ele queria resgatar "Halloween" para uma nova geração de fãs. Mas também tenho toda certeza que ele pensou que acrescentar violência, diálogos dispensáveis, nudez e sexo, fosse acompanhar essa nova safra de filmes atuais de terror. No original de 78, dirigido pelo mestre John Carpenter ( criador de pérolas como "Halloween", "Fuga de Nova York", "Eles Vivem", "Starman", "Enigma de Outro Mundo", "Os Aventureiros do Bairro Proibido"), o diretor construía uma história investindo no suspense, sem mostrar demais o assassino, embora ele parecesse onipresente o tempo inteiro. Halloween de John Carpenter é sucesso até hoje. Após o primeiro capítulo da série, Halloween teve uma franquia fraca, seguida de continuações dispensáveis, algumas fugindo da idéia original do filme, porém, nunca desrespeitando o seu personagem, Michael Myers, mantendo sempre a sua identidade, ao contrário de "Sexta Feira 13" e "A Hora do Pesadelo", que ambos tiveram sucesso apenas no primeiro capítulo da série, depois foram caindo drasticamente devido aos roteiros idiotas dos filmes seguintes, que, com a intenção de centralizar os personagens, acabavam pisando na bola e transformavam Jason (Sexta Feira 13) e Freddy Krugger ( A hora do Pesadelo) em palhaços ao invés de assassinos. Contudo, estes personagens foram tão carismáticos, que fazem sucesso até hoje, garantindo uma vaga na seleção dos ícones do terror. Rob Zombie transformou "Halloween" em "Halloween do Rob Zombie and Friends". Há coisas novas até um certo ponto do filme, depois ele vai encaixando com a história do antigo, até formar o filme por completo. Ou seja, ele sai inventando um monte de situações, querendo sempre manter alguns detalhes do original, no final das contas acaba se embolando todo. Vai ver até que ele achou que fazer uma cópia do original seria deprimente, o que de fato é. Mas pegar um clássico, sem tem a menor idéia do que você pretende fazer e começar a inventar, não é uma coisa muito inteligente a se fazer. Os personagens do filme são vazios e sem carisma, se apresentando ao filme apenas com sexo e palavrões, sendo assim colocados apenas para garantir a chacina de Michael Myers, deixando o filme muito exagerado, tirando aquele clima de suspense, que é a idéia original. A única coisa que se salva durante o filme é a maneira como ele apresenta Michael Myers, mostrando a mente doentia do assassino ainda criança. E mais muitas coisas que podemos mostrar como prós e contras do filme, mas aí vai da cabeça de cada um, só vendo a película para formar uma opinião. Eu não achei o filme ruim, mas sim apelativo em coisas que não faz sentido nenhum. Aí fica a pergunta: É mais viável uma continuação ou um remake? A continuação pode salvar um filme ruim, dá credibilidade. Já um remake pode resgatar aquele sucesso de antigamente, ou até mesmo criar uma nova legião de fãs que não puderam sentir o gostinho de ver um clássico, nesse caso, o original, o verdadeiro "Halloween".

É aquele velho papo: Invente coisas úteis, mas não invente de detonar coisas boas.