domingo, 25 de outubro de 2009

Diário dos Mortos


Se você curte "zombie movies" ou apenas sente curiosidade em saber algo mais sobre o gênero, tudo bem, tanto faz. Mas se você é mais um fã de George Romero e o defende até quando ele inventa de fazer um comercial da Coca-Cola, nem espere por um artigo decente ou elogios sobre esse filme. Acontece que quando você vê noticias de algum filme interessante, ou até mesmo aquele bem falado que está prestes à estrear, bate aquela curiosidade e você fica na dúvida se vai assistir ou não. Mas quando o assunto é George Romero, é praticamente obrigatória a ida ao cinema, ou até mesmo a locação do dvd. O problema é quando o nome do diretor falar mais alto que o próprio filme. Você fica ansioso, espera algo novo, melhor que o anterior ou pelo menos convincente. Ocorre que quando acontece alguns deslizes ou mesmo a falta disso ou aquilo no roteiro, as críticas não perdoam. Eu, particularmente, sou fã do George Romero, considerado o "pai dos zumbis", o velho já tava revolucionando o cinema/horror enquanto eu ainda estava pensando em nascer. Conhecido mundialmente com sua “saga dos mortos”, composta pelos clássicos “A Noite dos Mortos-Vivos" (1968), "Madrugada dos Mortos" (o original, de 1978), “Dia dos Mortos” (1985) e "Terra dos Mortos" (2005). O cineasta afirmou que "Diário dos Mortos" seria um novo começo para a “saga”. Ao assistir "Diário dos Mortos" eu pensava que seria um filme "comum" e não no estilo "cinema verdade", o que fez com que minhas expectativas diminuíssem um pouco. Não achei necessária a trilha sonora no filme, ao invés de sustentar o clima "cinema verdade" acabou deixando o filme meio falso, praticamente tirando a noção de realismo do filme, o que era o ponto forte ou até mesmo a intenção do diretor. Sem isso, você via demais, escutava demais, mas não sentia nada. Eu sinceramente me decepcionei um pouco, apesar de ser um "razoável" zombie movie, tendo algumas cenas interessantes, a sempre presente crítica cultural (é melhor não tocar muito nesse assunto, né) que George Romero insiste em acrescentar nos seus filmes, mesmo sendo filme de zombie, não chega a ser muito aceitável, até porque é feita de clichês. O filme é situado no universo que Romero concebeu para "A Noite dos Mortos-Vivos" e suas continuações. A história, escrita sempre pelo próprio cineasta, gira em torno de uns panacas estudantes de cinema que decidem fazer um filme de terror na floresta (bem original) e acabam se tornando os protagonistas da história, até que são mortalmente atacados por zumbis. Quando eu disse “panacas estudantes” eu quis dizer: O elenco de Malhação em peso. Apesar de ser modinha enfocar "teens" como protagonistas, não me agrada, entretanto, não acho que tenha estragado o filme por si só. Uma sinopse boba, mas pra quem conhece os trabalhos do velho ou é ligado no gênero, pode ser um prato cheio de diversão. Curiosidade: as vozes dos locutores de rádio são do escritor Stephen King e dos cineastas Wes Craven, Quentin Tarantino e Guillermo del Toro. Atualmente, George Romero está filmando “...Of the Dead” que seria a continuação de “Diary of the Dead”, agora é só esperar. Bom, é isso. Não vou falar muito do filme, porque pra mim não fede e nem cheira. Existe uma divisão nos fãs horror/zombie. Há os fãs do gênero e os fãs do George Romero. Meu conselho é: Vá ao cinema, alugue, baixe na internet, compre, mas assista. Porque ai, pelo menos, você pode vim aqui no meu blog, e juntos podermos nos perguntar “O que será que ele quis dizer com esse filme?” Eu gosto muito do George Romero, mas tenho que admitir que apesar de ter sido produzido e escrito pelo mestre do horror/zombie, esse filme ficou bem abaixo dos clássicos já feito por ele.

Fã é fã, mas filme bom é filme bom

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Arraste-me Para o Inferno


Christine Brown é uma ambiciosa agiota com um namorado charmoso. Sua vida é praticamente perfeita, até que chega ao banco a sinistra Sra. Ganush, implorando pela extensão do financiamento de sua casa própria. Christine nega o pedido tentando impressionar seu chefe e conseguir uma promoção. A misteriosa mulher joga então uma maldição mortal em Christine, que tem sua vida transformada num verdadeiro inferno.

Pra quem conhece Sam Raimi e sua passagem pelo mundo do cinema, recorda automaticamente de "Evil Dead". Clássico dos Clássidos do cinema/horror.
Com muita criatividade e pouco dinheiro no bolso, Raimi mostrou que pode fazer sim fazer um filme decente sem depender de efeitos especiais de primeira ou bons atores.
Evil Dead certamente está entre os 10 filmes de horror de qualquer cinéfilo, misturando terror com humor, Sam Raimi inova o gênero e mostra seu potencial em se virar quando a vontade fala mais alto.
Sam Raimi ficou à frente da trilogia "Homem Aranha", uma das maiores franquias de sucesso, e pra que achava que ele havia desistido de tentar algo novo, se enganou.
Em Drag me to Hell (traduzido fielmente, uma coisa rara nos dias de hoje), Sam Raimi mostra uma jovem condenada a ir pro inferno, e publica mais uma vez que não perdeu o dom pro gênero, e sim, tem muita coisa pra mostrar além de Homem Aranha.A ideia de assistir uma jovem sendo literalmente arrastada pro inferno, mostra que o velho não perdeu o jeito.
Repleto de cenas nauseantes, Raimi não tem a menor preocupação, não se esforça e nem se preocupa em ser discreto, aqui ele joga duro nas cenas nojentas e mostra como um verdadeiro filme de horror deve seguir o roteiro sem precisar exagerar nos detalhes.
Assista Arraste-me para o Inferno, e veja um diretor não decepcionar uma legião de fãs do gênero que o tanto consagrou.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Quer Toucinho?


Mais um diálogo entre Jules Winnfield (Samuel L. Jackson), e Vincent Vega (John Travolta) em Pulp Fiction, dessa vez no restaurante, antes do assalto.
Sei que estou enrolando pra comentar sobre o filme, é que quanto mais assisto, mas me empolgo com essas "Teorias Tarantinescas" sempre presente nos filmes.
- Quer toucinho?
- Não.
- Por quê? Você é judeu?
- Não, só não como porcos.
- Por quê não ?- Porcos são animais imundos.
- É, mas toucinho é ótimo, bacon também.
- Rato de esgoto pode ter gosto de torta de abóbora que eu não vou comer o miserável. Porcos dormem, comem e vivem na merda.Eu não como nenhum animal que não saiba distinguir alimentos das próprias fezes.
- Cachorros comem as próprias fezes.
- Também não como cachorros.
- Sim, mas você considera cachorro um animal imundo?
- Não diria que são imundos, mas são definitivamente sujos. Mas cachorros tem personalidade, e personalidade conta muito.
- E se fosse um porco com personalidade?
-Teria que ser um porco bem charmoso. No mínimo 10 vezes mais charmoso que o Gaguinho.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Pulp Fiction


“English, Mother Fucker! Do you speak it?”

Tem coisa melhor do que ver Samuel L. Jackson perguntando isso antes de descarregar sua arma em um malandro em "PulpFuction"?
Degustar um Tarantino é lei, amigo, isso é certeza. Porém, não vou escrever sobre ele hoje. Apesar de sempre ficar empolgado, é preciso mais que vontade pra escrever algo sobre os seus filmes, e vontade é o que não falta.
O problema é que, pra falar de Tarantino, tem todo um processo.
Assisti novamente "Pulp Fiction" apenas para recordar o diálogo iradíssimo que ocorre logo no começo do filme, onde o personagem Jules Winnfeld, interpretado por Samuel L. Jackson, deixa um jovem Frank Whaley (Brett) apavorado antes mesmo de ser executado.
A passagem bíblica transformada em sentença no final da conversa é clássica.
-Como é Marsellus Wallace?
- Quê? (...)
-De que país você veio?
- Quê?
- Não conheço nenhum “quê”. Falam inglês lá?
- Quê?
- Inglês, filho da puta. Fala?!
- Sim
- Então me entende. Me descreva como é Marsellus Wallace...
- Q-q-quê?
- DIGA “QUÊ” DE NOVO! ATREVA-SE, FILHO DA PUTA! DIGA “QUÊ” OUTRA VEZ!
- Ele é negro!
- O que mais?
- Calvo
- Tem pinta de vagabunda?
- Quê?
(...) Pou!
- SE TEM PINTA DE VAGABUNDA!
- Não!
- Então por que você tentou foder com ele?
- Não tentei!
- Tentou foder com ele, e Marsellus Wallace só gosta de foder com a esposa! Você lê a Bíblia, Brett?
-Sim!
-Memorizei uma passagem que agora é oportuna.

Ezequiel 25:17. “O caminho do homem justo está bloqueado por todos os lados, pelas iniqüidades dos egoístas e a tirania dos perversos. Bendito aquele que, em nome da caridade e da boa vontade, é pastor dos humildes pelo vale das sombras. Pois ele é o verdadeiro guardião de seus irmãos e o salvador dos filhos perdidos. Exercerei sobre eles vingança terrível, furiosos castigos, aos que tentarem destruir meus irmãos. Ficarão sabendo que eu sou o “Senhor” quando eu executar sobre eles a minha vingança.”

“English, Mother Fucker!”
Só nos filmes do Tarantino mesmo...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O Lutador


Randy "The Ram" Robinson (Mickey Rourke) é um bem-sucedido lutador de Pro Wrestling nos anos 80 que é impedido de lutar após sofrer um ataque cardíaco. Assim, ele consegue um emprego em um mercado e tenta se reconciliar com sua filha, mas não resiste a vontade de retornar à antiga carreira, mesmo sabendo que isso oferece riscos a sua saúde.

Mickey Rourke fez muito sucesso nos anos 80. E como qualquer outro ator em ascensão em Hollywood, ele não deixou barato e mostrou a que veio. Trabalhou com Michael Cimino, Francis Ford Coppola e Alan Parker. Mesmo com vários trabalhos e oportunidades, ele não conseguiu se manter no topo, e com dinheiro no bolso e fazendo sucesso com a mulherada, acabou fazendo bobagens em sua vida pessoal e sendo assim afastado do brilho de Hollywood.
Aqui o papel de protagonista estava nas mãos de Nicolas Cage, que logo desistiu. E é ai que Michael Rourke aparece.
O ator, na vida real, foi boxeador profissional entre 1991 e 1995, o que o obrigou a passar por várias cirurgias plásticas, mantendo assim a ligação e até a identificação com o personagem do filme.
O próprio ator divulgou em uma revista, que “The Ram” segue um caminho no fim, que ele não conseguiu seguir.
Pra quem não está acostumado com um verdadeiro drama, o filme é um pouco lento, porém, tudo é salvo pela atuação de Mickey Rourke, que apesar de anos longe de papéis decentes no cinema, consegue aqui talvez o seu maior feito.
“Esse cara não desiste?" É isso que você se pergunta durante o filme. A idéia de Darren Aronofsky de mostrar o protagonista na decadência e desamparo, é feita de uma maneira impecável por Rourke.
Sua atuação não deixa em aberto a situação do personagem, mesmo passando os 115 minutos do filme mostrando sua vida fora e dentro dos ringues, o ator conduz o personagem a um ponto que não te deixa imaginar uma porção de possibilidades sobre o rumo q o protagonista vai tomar.
Vale ressaltar também a maneira como Darren Aronofsky conseguiu realizar o filme. Como se fosse um documentário. A maneira como enquadra o filme, como segue o personagem, deixa o filme com a intenção original do diretor, deixá-lo mais real possível.
O filme conseguiuj 2 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Ator - Drama (Mickey Rourke) e Melhor Canção Original (The Wrestler). - Ganhou o BAFTA de Melhor Ator (Mickey Rourke). - Ganhou 3 prêmios no Independent Spirit Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Mickey Rourke) e Melhor Fotografia. - Ganhou o Leão de Ouro, no Festival de Veneza.
Conta ainda com a participação de Marisa Tomei, brilhante como sempre, e Evan Rachel Wood.
E mesmo sendo esquecido, sendo convidado pra trabalhar em filmes dispensáveis e ainda assim levando seu nome, Mickey Rourke consegue fazer aqui o que pouco Nicolas Cage conseguiria fazer, transmitir simpatia e carisma pelo personagem. E mesmo não conseguindo levar o Oscar de Melhor Ator, mesmo sendo indicado e ficado apenas no gostinho, a sua atuação em “O Lutador” foi a grande responsável pelas vitórias do filme.
Assista “O Lutador”, e testemunhe a ressureição de Michael Rourke!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Pequena Miss Sunshine


Sabe quando você ouve falar tanto de um filme, vê alguns artigos, lê algumas críticas, olha para capa do dvd e só depois de ver o trailler resolve assistir? Como se fosse "É, né, vamos ver se é isso tudo mesmo"? Pois então, foi assim que aluguei "Pequena Miss Sunshine".Não vou mentir que fui à locadora na intenção de alugar qualquer coisa que me fizesse dispensar o tédio durante um final de semana, quando lembrei de ter visto algumas coisas sobre este filme. No tanto faz, tanto fez, resolvi arriscar.Confesso que não esperava muita coisa, apesar de alguns nomes no elenco que agradassem, eu ainda estava pensando seriamente em levá-lo para casa. Alguns "detalhes" fizeram o peso na minha decisão; A curiosidade na atuação de Alan Arkin, que levou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. E o fato de ser muito fã de produções independentes, dei minha cara à tapa. Resultado: Vi Um drama divertidíssimo, com um roteiro simples, porém inteligente, onde mostra problemas sociais de maneira leve e engraçada, e um elenco que se encaixa perfeitamente, tanto no humor como nos diálogos.O filme conta a viagem de uma família problemática, comandada pelo pai Richard (Greg Kinnear), um palestrante frustrado, que tenta vender livros de auto-ajuda. A mãe, Sheryl (Toni Collette), é a mais "normal" da família. Demonstrando um esforço em tentar mantê-la unida, na maioria das vezes fracassando. Dwayne (Paul Dano), é o filho que faz voto de silêncio até poder entrar na Academia da Força Aérea, e mesmo seguindo metade do filme sem falar nada, consegue passar maior interesse e carisma pelo personagem. O tio Frank (Steve Carrel), que vem mostrar que não é apenas mais um Jim Carrey, e sabe sim fazer um papel dramático, é o professor gay, que após ser rejeitado pelo seu aluno, tenta suicídio e vai passar uns tempos nas casa da irmã. Interpretado pelo excelente Alan Arkin, é o avô que foi expulso da casa de repouso por consumir heroína, onde ainda usa escondido da família. E por fim, e centralizando a história, está a pequena Olive (Abigail Breslin), brilhante na atuação e dona do diálogo junto com o penúltimo personagem citado, que praticamente resume o filme. A história é simples. A família Hoover embarca em uma viagem após descobrirem que a filha Olive estaria convidada a participar do concurso Miss Sunshine, aproveitando a situação, a família aprende a conviver com os defeitos e qualidades durante todo o filme, centralizando cada personagem. Abordando assuntos sérios de uma forma irreverente, sem sair do gênero dramático ( uma crítica aos padrões de beleza). Possui cenas hilárias e comoventes durante todos os minutos. Como a cena em que Dwayne descobre ser daltônico. Talvez seja uma das mais interessantes do filme. Seguindo um roteiro inteligente, não peca em alguns detalhes, fazendo com que você tenha carisma por qualquer um deles. Não é a toa que o filme levou para casa o Oscar de Melhor Roteiro Original. Sem exagerar, a trilha sonora encaixa-se perfeitamente em todos os momentos do filme. Elenco impecável, mostrando que o talento dispensa qualquer tipo de efeitos especiais, atuações convincentes e seguindo um roteiro inteligente e ágil, sem apelar pra um final feliz (olha o spoiller) faz de Pequena Miss Sunshine obrigatorio no seu dvd. No caminho da devolução do dvd, vi que nada poderia ser dito para expressar o quanto eu gostei desse filme. Aprendi também que um filme pode ser bom sendo simples, que é possível sim fazer algo interessante e inteligente sem precisar resvalar nos clichês.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Os Estranhos


Bryan Bertino faz sua estreia no cinema com o polêmico "Os Estranhos". Quando eu falo polêmico é a aquela história, quando o filme vem com o papo que é baseado em fatos reais e pá, traz ao espectador aquela sensação de curiosidade e desconfiança. Curiosidade por sempre chocar com o fato daquilo ter realmente acontecido, e desconfiança por ficar naquele receio de que por mais que seja levado a sério, você ainda fica com a dúvida se aquilo realmente aconteceu, se não é mais uma jogada de marketing dos produtores pra atrair mais e mais gente aos cinemas ou garantir as locações do dvd. O filme pode ter sido até baseado em fato reais, pode não ter acontecido, pode até ter acontecido e terem personalizado, bom, eu não tô nem aí, isso não vai mudar o fato deu não ter um carro hehe :D

Bom, o filme é o seguinte: Kristen McKay (Liv Tyler) e James Hoyt (Scott Speedman) estão em plena viagem, rumo à remota casa de veraneio dos pais dele. Ao chegar, eles apenas querem descansar um pouco, mas seu descanso é interrompido quando três estranhos mascarados invadem o local. Para piorar ainda mais a situação, os estranhos demonstram sentir prazer ao aterrorizá-los. Na primeira lida da sinopse, ou até mesmo na primeira visualizada, de relance, no filme, você tem a sensação de que é apenas mais um filme trailler, aquele filme bonitinho, cheio de detalhes que impressionam e te fazem morrer de curiosidade e te deixando todo besta, esperançoso. Mas, na verdade, é um filme que, nas palavras do próprio diretor, tem a intenção de chocar com o suspense, de fazer o espectador sentir como se ele mesmo estivesse presenciando tudo aquilo. O problema é que o filme peca no exagero de suspense, é como se tivesse muita água para pouco copo, muita coisa e ao mesmo tempo falta demais. Você torce pra chegar logo ao final, não que o filme seja ruim ao ponto de você desejar isso, mas você sabe que com o exagero do suspense, um dos protagonistas vai dançar, né? Ou seja, suspense demais pra um final previsivel. No fim do filme você tem a sensação de que ficou um vazio, de que ficou faltando alguma coisa. E se esse vazio fosse preenchido por mais ações no filme ou qualquer outra coisa que ajudasse, e tirassem os erros, o filme seria até razoável. Mas, como ninguém perdoa todo filme que foge do convencional, da mesmice, ele é logo massacrado pelas pessoas que não entendem o que é inovar. Não tem pra onder correr, ou faz um filme bom que agrade, ou faz um filme apelativo que choque. Nesse meio termo, Bryan Bertino ficou em cima do muro, pois não fede nem cheira, e agarrado nas pontinhas do dedo com o fato de ter sido sua estreia, ele merece pelo menos uma ida ao cinema. Apenas uma ida ao cinema! Não invente de ir ao cinema e esperar o dvd sair. Porque "Os Estranhos", é aquele tipo de filme que você vai vê-lo sempre disponível para locação, e como será um dia chato, você vai acabar locando, mas aí, vai ver ao lado a mais nova comédia do Jack Black, vai ficar na dúvida, vai pensar em trocar, mas acaba levando "Os Estranhos", e eu posso te garantir, seria melhor ter levado o filme do Jack. Mas é isso ae, assista, mas não estranhe com o ritmo estranho de "Os Estranhos" hehe piadinha marota :D

terça-feira, 3 de março de 2009

Halloween Remake


O novo filme é uma mescla de prelúdio e refilmagem do terror original de 1978, mostrando recontar a origem do mascarado, quando ele é preso em um hospital psiquiátrico ainda criança. 17 anos depois, acaba solto por engano - e decide ir atrás da sua antiga babá, Laurie Strode (Scout Taylor-Compton, no papel que foi de Jamie Lee Curtis na série original). O maníaco adulto é agora vivido por Tyler Mane (o Dentes de Sabre do primeiro "X-Men"). No elenco também está Malcolm McDowell (o eterno Alexander DeLarge de "Laranja Mecânica"), na pele do psiquiatra que cuida Myers quando jovem, além de uma série de nomes decorrentes de filmes trash como Danny Trejo ("A Balada do Pistoleiro") e Brad Dourif (a voz do boneco Chucky de "Brinquedo Assassino"). Aproveito o término da sinopse pra deixar bem claro que nada tenho contra o rockeiro/cineasta Rob Zombie. Na verdade nunca escutei nada dele, da banda, que seja. Mas como ninguém frequenta meu blog mesmo, e duvido muito que por aqui tenha alguém que aprecie a sua música, eu posso criticar essa merda. A palavra "remake" causa dor de cabeça em qualquer cinéfilo, não importa o gênero. Ainda mais quando é um clássico, tipo aquele que ficará sempre na lista de "recomendados" pela locadora, ou elogiado pelos mais diversos sites críticos. O problema é quando o diretor inventa de dá uma nova visão ao filme. Foi o caso de Rob Zombie. Filmar umas idéias doentias, cheia clichês, baboseiras, elenco amador, uma trilha sonora fraca, pegar isso tudo, transformar em um clipe musical de algumas horas, ao invés de transformá-lo em filme, é uma coisa. Agora você pegar um clássico que revolucionou o gênero suspense/terror, e destruí-lo em minutos, é outra. Não tenho a menor dúvida que Rob Zombie tinha boas intenções, Aliás, qual cineasta não tem? Tenho toda certeza que ele queria resgatar "Halloween" para uma nova geração de fãs. Mas também tenho toda certeza que ele pensou que acrescentar violência, diálogos dispensáveis, nudez e sexo, fosse acompanhar essa nova safra de filmes atuais de terror. No original de 78, dirigido pelo mestre John Carpenter ( criador de pérolas como "Halloween", "Fuga de Nova York", "Eles Vivem", "Starman", "Enigma de Outro Mundo", "Os Aventureiros do Bairro Proibido"), o diretor construía uma história investindo no suspense, sem mostrar demais o assassino, embora ele parecesse onipresente o tempo inteiro. Halloween de John Carpenter é sucesso até hoje. Após o primeiro capítulo da série, Halloween teve uma franquia fraca, seguida de continuações dispensáveis, algumas fugindo da idéia original do filme, porém, nunca desrespeitando o seu personagem, Michael Myers, mantendo sempre a sua identidade, ao contrário de "Sexta Feira 13" e "A Hora do Pesadelo", que ambos tiveram sucesso apenas no primeiro capítulo da série, depois foram caindo drasticamente devido aos roteiros idiotas dos filmes seguintes, que, com a intenção de centralizar os personagens, acabavam pisando na bola e transformavam Jason (Sexta Feira 13) e Freddy Krugger ( A hora do Pesadelo) em palhaços ao invés de assassinos. Contudo, estes personagens foram tão carismáticos, que fazem sucesso até hoje, garantindo uma vaga na seleção dos ícones do terror. Rob Zombie transformou "Halloween" em "Halloween do Rob Zombie and Friends". Há coisas novas até um certo ponto do filme, depois ele vai encaixando com a história do antigo, até formar o filme por completo. Ou seja, ele sai inventando um monte de situações, querendo sempre manter alguns detalhes do original, no final das contas acaba se embolando todo. Vai ver até que ele achou que fazer uma cópia do original seria deprimente, o que de fato é. Mas pegar um clássico, sem tem a menor idéia do que você pretende fazer e começar a inventar, não é uma coisa muito inteligente a se fazer. Os personagens do filme são vazios e sem carisma, se apresentando ao filme apenas com sexo e palavrões, sendo assim colocados apenas para garantir a chacina de Michael Myers, deixando o filme muito exagerado, tirando aquele clima de suspense, que é a idéia original. A única coisa que se salva durante o filme é a maneira como ele apresenta Michael Myers, mostrando a mente doentia do assassino ainda criança. E mais muitas coisas que podemos mostrar como prós e contras do filme, mas aí vai da cabeça de cada um, só vendo a película para formar uma opinião. Eu não achei o filme ruim, mas sim apelativo em coisas que não faz sentido nenhum. Aí fica a pergunta: É mais viável uma continuação ou um remake? A continuação pode salvar um filme ruim, dá credibilidade. Já um remake pode resgatar aquele sucesso de antigamente, ou até mesmo criar uma nova legião de fãs que não puderam sentir o gostinho de ver um clássico, nesse caso, o original, o verdadeiro "Halloween".

É aquele velho papo: Invente coisas úteis, mas não invente de detonar coisas boas.