sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Arraste-me Para o Inferno


Christine Brown é uma ambiciosa agiota com um namorado charmoso. Sua vida é praticamente perfeita, até que chega ao banco a sinistra Sra. Ganush, implorando pela extensão do financiamento de sua casa própria. Christine nega o pedido tentando impressionar seu chefe e conseguir uma promoção. A misteriosa mulher joga então uma maldição mortal em Christine, que tem sua vida transformada num verdadeiro inferno.

Pra quem conhece Sam Raimi e sua passagem pelo mundo do cinema, recorda automaticamente de "Evil Dead". Clássico dos Clássidos do cinema/horror.
Com muita criatividade e pouco dinheiro no bolso, Raimi mostrou que pode fazer sim fazer um filme decente sem depender de efeitos especiais de primeira ou bons atores.
Evil Dead certamente está entre os 10 filmes de horror de qualquer cinéfilo, misturando terror com humor, Sam Raimi inova o gênero e mostra seu potencial em se virar quando a vontade fala mais alto.
Sam Raimi ficou à frente da trilogia "Homem Aranha", uma das maiores franquias de sucesso, e pra que achava que ele havia desistido de tentar algo novo, se enganou.
Em Drag me to Hell (traduzido fielmente, uma coisa rara nos dias de hoje), Sam Raimi mostra uma jovem condenada a ir pro inferno, e publica mais uma vez que não perdeu o dom pro gênero, e sim, tem muita coisa pra mostrar além de Homem Aranha.A ideia de assistir uma jovem sendo literalmente arrastada pro inferno, mostra que o velho não perdeu o jeito.
Repleto de cenas nauseantes, Raimi não tem a menor preocupação, não se esforça e nem se preocupa em ser discreto, aqui ele joga duro nas cenas nojentas e mostra como um verdadeiro filme de horror deve seguir o roteiro sem precisar exagerar nos detalhes.
Assista Arraste-me para o Inferno, e veja um diretor não decepcionar uma legião de fãs do gênero que o tanto consagrou.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Quer Toucinho?


Mais um diálogo entre Jules Winnfield (Samuel L. Jackson), e Vincent Vega (John Travolta) em Pulp Fiction, dessa vez no restaurante, antes do assalto.
Sei que estou enrolando pra comentar sobre o filme, é que quanto mais assisto, mas me empolgo com essas "Teorias Tarantinescas" sempre presente nos filmes.
- Quer toucinho?
- Não.
- Por quê? Você é judeu?
- Não, só não como porcos.
- Por quê não ?- Porcos são animais imundos.
- É, mas toucinho é ótimo, bacon também.
- Rato de esgoto pode ter gosto de torta de abóbora que eu não vou comer o miserável. Porcos dormem, comem e vivem na merda.Eu não como nenhum animal que não saiba distinguir alimentos das próprias fezes.
- Cachorros comem as próprias fezes.
- Também não como cachorros.
- Sim, mas você considera cachorro um animal imundo?
- Não diria que são imundos, mas são definitivamente sujos. Mas cachorros tem personalidade, e personalidade conta muito.
- E se fosse um porco com personalidade?
-Teria que ser um porco bem charmoso. No mínimo 10 vezes mais charmoso que o Gaguinho.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Pulp Fiction


“English, Mother Fucker! Do you speak it?”

Tem coisa melhor do que ver Samuel L. Jackson perguntando isso antes de descarregar sua arma em um malandro em "PulpFuction"?
Degustar um Tarantino é lei, amigo, isso é certeza. Porém, não vou escrever sobre ele hoje. Apesar de sempre ficar empolgado, é preciso mais que vontade pra escrever algo sobre os seus filmes, e vontade é o que não falta.
O problema é que, pra falar de Tarantino, tem todo um processo.
Assisti novamente "Pulp Fiction" apenas para recordar o diálogo iradíssimo que ocorre logo no começo do filme, onde o personagem Jules Winnfeld, interpretado por Samuel L. Jackson, deixa um jovem Frank Whaley (Brett) apavorado antes mesmo de ser executado.
A passagem bíblica transformada em sentença no final da conversa é clássica.
-Como é Marsellus Wallace?
- Quê? (...)
-De que país você veio?
- Quê?
- Não conheço nenhum “quê”. Falam inglês lá?
- Quê?
- Inglês, filho da puta. Fala?!
- Sim
- Então me entende. Me descreva como é Marsellus Wallace...
- Q-q-quê?
- DIGA “QUÊ” DE NOVO! ATREVA-SE, FILHO DA PUTA! DIGA “QUÊ” OUTRA VEZ!
- Ele é negro!
- O que mais?
- Calvo
- Tem pinta de vagabunda?
- Quê?
(...) Pou!
- SE TEM PINTA DE VAGABUNDA!
- Não!
- Então por que você tentou foder com ele?
- Não tentei!
- Tentou foder com ele, e Marsellus Wallace só gosta de foder com a esposa! Você lê a Bíblia, Brett?
-Sim!
-Memorizei uma passagem que agora é oportuna.

Ezequiel 25:17. “O caminho do homem justo está bloqueado por todos os lados, pelas iniqüidades dos egoístas e a tirania dos perversos. Bendito aquele que, em nome da caridade e da boa vontade, é pastor dos humildes pelo vale das sombras. Pois ele é o verdadeiro guardião de seus irmãos e o salvador dos filhos perdidos. Exercerei sobre eles vingança terrível, furiosos castigos, aos que tentarem destruir meus irmãos. Ficarão sabendo que eu sou o “Senhor” quando eu executar sobre eles a minha vingança.”

“English, Mother Fucker!”
Só nos filmes do Tarantino mesmo...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O Lutador


Randy "The Ram" Robinson (Mickey Rourke) é um bem-sucedido lutador de Pro Wrestling nos anos 80 que é impedido de lutar após sofrer um ataque cardíaco. Assim, ele consegue um emprego em um mercado e tenta se reconciliar com sua filha, mas não resiste a vontade de retornar à antiga carreira, mesmo sabendo que isso oferece riscos a sua saúde.

Mickey Rourke fez muito sucesso nos anos 80. E como qualquer outro ator em ascensão em Hollywood, ele não deixou barato e mostrou a que veio. Trabalhou com Michael Cimino, Francis Ford Coppola e Alan Parker. Mesmo com vários trabalhos e oportunidades, ele não conseguiu se manter no topo, e com dinheiro no bolso e fazendo sucesso com a mulherada, acabou fazendo bobagens em sua vida pessoal e sendo assim afastado do brilho de Hollywood.
Aqui o papel de protagonista estava nas mãos de Nicolas Cage, que logo desistiu. E é ai que Michael Rourke aparece.
O ator, na vida real, foi boxeador profissional entre 1991 e 1995, o que o obrigou a passar por várias cirurgias plásticas, mantendo assim a ligação e até a identificação com o personagem do filme.
O próprio ator divulgou em uma revista, que “The Ram” segue um caminho no fim, que ele não conseguiu seguir.
Pra quem não está acostumado com um verdadeiro drama, o filme é um pouco lento, porém, tudo é salvo pela atuação de Mickey Rourke, que apesar de anos longe de papéis decentes no cinema, consegue aqui talvez o seu maior feito.
“Esse cara não desiste?" É isso que você se pergunta durante o filme. A idéia de Darren Aronofsky de mostrar o protagonista na decadência e desamparo, é feita de uma maneira impecável por Rourke.
Sua atuação não deixa em aberto a situação do personagem, mesmo passando os 115 minutos do filme mostrando sua vida fora e dentro dos ringues, o ator conduz o personagem a um ponto que não te deixa imaginar uma porção de possibilidades sobre o rumo q o protagonista vai tomar.
Vale ressaltar também a maneira como Darren Aronofsky conseguiu realizar o filme. Como se fosse um documentário. A maneira como enquadra o filme, como segue o personagem, deixa o filme com a intenção original do diretor, deixá-lo mais real possível.
O filme conseguiuj 2 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Ator - Drama (Mickey Rourke) e Melhor Canção Original (The Wrestler). - Ganhou o BAFTA de Melhor Ator (Mickey Rourke). - Ganhou 3 prêmios no Independent Spirit Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Mickey Rourke) e Melhor Fotografia. - Ganhou o Leão de Ouro, no Festival de Veneza.
Conta ainda com a participação de Marisa Tomei, brilhante como sempre, e Evan Rachel Wood.
E mesmo sendo esquecido, sendo convidado pra trabalhar em filmes dispensáveis e ainda assim levando seu nome, Mickey Rourke consegue fazer aqui o que pouco Nicolas Cage conseguiria fazer, transmitir simpatia e carisma pelo personagem. E mesmo não conseguindo levar o Oscar de Melhor Ator, mesmo sendo indicado e ficado apenas no gostinho, a sua atuação em “O Lutador” foi a grande responsável pelas vitórias do filme.
Assista “O Lutador”, e testemunhe a ressureição de Michael Rourke!